Apresentação
Lameiras é uma freguesia portuguesa do município de Pinhel, com 16,77 km² de área e 290 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 17,3 hab/km².
História
Com uma área de 1.677 hectares e distando 8 quilómetros da cidade de Pinhel, esta freguesia é constituída pelos lugares de Lameiras, a sede, Barregão e Vendada. A Vendada foi anexa do Manigoto, contando 50 fogos, em 1876. É povoação antiga e já foi de grande importância, pois D. Afonso III outorgou-lhe foral em 4 de Outubro de 1276, dando-lhe o nome de Póvoa da Vendada. Este foral encontra-se registado no “Livro I de Doações de D. Afon-so III”, a folhas 140, na segunda coluna. Vendada é uma paróquia eclesiástica, tendo S. Brás por orago.
O Barregão foi, em tempos, um curato anexo à vila de Lamegal, e tinha, em 1708, 60 fogos. Pertenceu à Comenda de Santo António de Pinhel, de cujo padroado dependia, pois era o vigário da mesma igreja que apresentava o cura com um rendimento de 16.600 réis de côngrua, acrescidos pelo pé de altar que era de grande significado. O prior e a Comenda da Igreja do Salvador abonavam os primeiros proventos. Em 1876 contava 25 fogos e o orago do Barregão era o Divino Espírito Santo.
Lameiras, a sede da freguesia, era um curato da apresentação do reitor de S. Mar-tinho de Pinhel, tendo o cura uma côngrua de 10.000 réis e o pé de altar. Foi também freguesia do bispado de Lamego antes da criação da diocese de Pinhel, tendo ainda pertencido à comarca de Trancoso durante trinta anos. Em meados do século XX, a paroquialidade estava a cargo do reitor de Manigoto.
Em finais do século XVI, era cura da Igreja de N. Sra. da Consolação o Pe. Cristóvão Velho. Pagava de colheita 274 réis. Havia na freguesia 86 fogos, pessoas de comunhão, 190, e menores, 54. A visita pastoral dessa época mostra que em “Ornamentação” havia “um cálice de prata bom que terá 4.000 reis, uma coroa para a imagem de Nossa Senhora, três cruzes de latão, quatro vestimentas, a saber, uma de damasco amarela com sebastos de Brocado da China, um broslado de damasco amarelo da China, umas corrediças de pano da Índia, uma alenterna, umas galhetas, dois castiçais, uma caldeirinha, um turíbulo, uma tumba onde se encerra o Santíssimo Sacramento na Semana Santa”.
De “Peças dos Fregueses” sobressaíam “uma cruz boa de prata de 12.000 reis, um cálice bom que terá 5.000 reis, quatro castiçais, duas alâmpadas, dois sinos, uma tumba de defuntos sem pano”. Quanto a “Peças do Santíssimo Sacramento” tínhamos “este dentro na parede em um cofre forrado de veludo carmesim e o lugar onde está é forrado de madeira e sobre ela tafetá vermelho. Uma custódia que terá 13.000 reis, um pálio de veludo vermelho com suas franjas, uma alâmpada e uma arca”. Tinha também esta igreja grades de ferro no arco do cruzeiro.
Lameiras é das poucas freguesias do concelho que conserva intactas as cruzes dos Passos ou da Via Sacra, tendo algumas sido restauradas em 1940. Conservam-se igualmente alguns cruzeiros seculares, como sejam o da Vendada, o do Largo do Forno e o de Barregão. Realce também para algumas casas da freguesia, belos exemplares da arquitectura tradicional da Beira.
Actividades Económicas
Agricultura, pecuária, construção civil, artefactos para a construção, alambique de aguardente, serralharia civil e pequeno comércio.
Festas e Romarias
Santo António e S. Sebastião (em alternância, último domingo de Maio) e S. Brás (fim-de-semana mais próximo de 2 de Fevereiro)
Património
Igreja matriz, Capela de Nossa Senhora dos Milagres e Capela do Senhor da Assumada.
Outros locais
Santuário de Nossa Senhora de Fátima, conjunto habitacional típico, largo do calvário.
Gastronomia
Cabrito assado, borrego assado, enchidos de porco, coscoréis, filhós e esquecidos
Orago
Nossa Senhora da Consolação